São Paulo – Os impactos do desemprego e da inflação na vida das pessoas se associam ao fracasso de Jair Bolsonaro e mostram por que ele vem sendo reprovado pela população. Quatro em cada cinco brasileiros, ou seja 80%, ouvidos pela pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (9), reprovam o desempenho do governo no combate à inflação. Além disso, ampla maioria dos entrevistados reprova o desempenho do presidente no combate à covid-19 (65%). E também na tarefa de criar empregos (63%) e no combate à corrupção (62%) e à violência (61%).
Desse modo, apenas 16% dos eleitores consideram o governo melhor do que esperavam. Enquanto isso, para 53% o governo é pior do que o esperado. A rejeição ao presidente em tantas frentes se explica: entre os itens nos quais Bolsonaro é reprovado estão os maiores problemas do país: economia (35%) – o que inclui menos emprego e mais inflação –, e saúde (27%). Além disso, as questões sociais também estão entre os principais problemas do país mencionados (13%). Por outro lado, apenas 11%, segundo a pesquisa Genial/Quaest, destacam a corrupção – “motor” preferido dos defensores do golpe de 2016 – como problema.
Insatisfação generalizada
Para 63% dos pesquisados, a economia do país só piora há um ano; sendo que para outros 23% está (ruim) do mesmo jeito e apenas 13% acham que melhorou. E isso não é à toa: 53% dos entrevistados acham que suas condições de pagar as contas as contas pioram no último ano. E isso em todas as regiões do país. Embora no Nordeste a situação esteja pior – 64% acham que está mais difícil pagar as contas –, o orçamento ficou apertado também para as famílias do Norte (52%), Sudeste (51%), Sul (46%) e Centro-Oeste (45%).
Também por isso, apenas no Centro-Oeste Bolsonaro ainda mantém uma situação de empate técnico em relação a Lula, mas ainda com vantagem numérica, 32% a 31% do petista. Já nos dois maiores colégios eleitorais do país a liderança de Lula se amplia: 40% a 26% no Sudeste e 61% a 13% no Nordeste. Segundo a pesquisa Genial/Quaest, Lula leva vantagem também nas regiões Norte (39% a 38%), e Sul (38% a 29%).
Sem “terceira via”
A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta traz mais probalidade de Lula superar a todos os concorrentes já no primeiro turno do que um terceiro postulante à presidência despontar entre ele e Bolsonaro. Isso porque Lula tem percentual superior à soma dos demais candidatos – 45%, contra 42% dos outros somados.
Além disso, o petista tem hoje menor taxa de rejeição: 43%. Bolsonaro, por sua vez, tem uma taxa de rejeição de 66%, que o inviabiliza caso chegue num segundo turno.
Por outro lado, outros postulantes antes já considerados competitivos não estão em situação muito diferente. Sobre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), 61% dizem conhecê-lo, mas que não votariam nele. Com o ex-juiz, ex-ministro e ex-consultor de empresa Sergio Moro (Podemos), esse percentual de “conheço e não voto” está em 62%, enquanto com ex-governador Ciro Gomes (PDT), em 54%.
A pesquisa contratada da Quaest pela Genial Investimentos foi feita entre 3 e 6 de fevereiro, ouviu 2 mil pessoas e tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos