A partir de reivindicação do Conselho Municipal de Mulheres, Sanasa, CPFL e Comgás aceitam enviar faturas com alerta sobre a necessidade coletiva de denunciar abusos
“PELA VIDA DAS MULHERES, PEÇA AJUDA. DENUNCIE. LIGUE 180 OU 190”. É assim mesmo, com letras maiúsculas negritadas, que toda a população de Campinas passa a receber, a partir deste mês, o alerta nas contas de pagamento encaminhadas pelas empresas que prestam serviços públicos. O recado é para chamar a atenção sobre a necessidade e a responsabilidade de todas e todos no combate à violência doméstica contra mulheres, que aumenta diariamente inclusive nas cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas).
A iniciativa partiu do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) que, em reunião realizada no dia 16 de março passado, decidiu encaminhar às concessionárias de serviços públicos a inclusão da frase nas contas mensais de água, luz e gás. A ideia da proposta aprovada partiu de Rosana Gazzola, dirigente do Sinergia CUT, que acompanha de perto os debates do Conselho.
O ofício 05/2022 foi encaminhado à CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), à Sanasa Campinas (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento) e à Comgás Campinas. A reivindicação, assinada pelas conselheiras Paula Andréa Pioltini Anseloni Nista, Domingas Aparecida Cardoso de Souza Cunha e Ana Carolina Caruso Cavazza, foi encaminhada às empresas já no dia 25 de março.
Foi o que bastou para que Gazzola, também coordenadora dos Coletivos de Mulheres do Sinergia CUT e da CUT Campinas, recebesse, durante essa semana, a conta para pagamento de água emitida pela Sanasa já incluindo a reivindicação dos movimentos de mulheres. “Foi um grande avanço para a conscientização da população”, conta.
Claro que, antes dessa conquista, ocorreram também vários contatos e articulações com as empresas para falar e debater sobre a importância do alerta para a população, com a participação também da dirigente sindical. “Foi uma conquista do Conselho Municipal de Mulheres, mas com o apoio e o empenho total de companheiras dos Coletivos de Mulheres do Sindicato e da CUT Campinas. Na prática, essa é uma luta permanente e uma importante conquista de todas nós. Até porque mexeu com uma, mexeu com todas”, comemora a sindicalista.
Por Lílian Parise