Brasil à frente

Brasil, pela primeira vez, presidirá o G20. Ministra cobra cooperação

Em evento de ministros de Ciência e Tecnologia que antecede o G20, ministra Luciana Santos cobrou cooperação dos países ricos

Ministério da Cência/Divulgação

Luciana Santos enfatizou a preocupação com a chamada "exclusão tecnológica" e defendeu veementemente a transferência de tecnologia em termos favoráveis para nações em desenvolvimento

Por Redação RBA

São Paulo – A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, marcou presença no Encontro dos Ministros de Pesquisa e Inovação do G20 nesta quarta-feira (5). O evento, sediado em Mumbai (Índia), contou com a participação de representantes de diversos países membros do grupo.

Vale ressaltar que o Brasil assumirá a presidência do G20, pela primeira vez, em 1º de dezembro de 2023. “Queremos contar com a colaboração ativa dos parceiros do G20 nesse processo de construção da nossa presidência”, argumentou a ministra.

Durante seu discurso, a ministra enfatizou a preocupação com a chamada “exclusão tecnológica” e defendeu veementemente a transferência de tecnologia em termos favoráveis para nações em desenvolvimento. “Minha impressão é que ainda estamos longe de alcançar os nossos compromissos. É nesse sentido que, durante a presidência brasileira do G20, daremos foco à redução das desigualdades e das assimetrias, buscando discutir a questão da inovação aberta para o desenvolvimento justo e sustentável”, disse.

Igualdade no G20

Santos ressaltou a importância de aprofundar o debate sobre questões cruciais. Entre elas, a descarbonização da economia, a transição energética, o direito à saúde, o desenvolvimento sustentável da Amazônia e o combate às desigualdades. “É nesse contexto complexo que atuamos de forma pragmática para consolidar nossas relações tradicionais e buscar novas parcerias. Ao resgatar o protagonismo do Brasil no mundo, o presidente Lula confere à cooperação científica status especial dentro da política externa do seu governo”, disse.

Além disso, a ministra Luciana Santos destacou a necessidade de fortalecer a cooperação multilateral e utilizar a diplomacia científica como estratégia para enfrentar os grandes desafios globais. Então, ela enfatizou que a conjuntura internacional recente, de pandemia e conflitos geopolíticos, evidenciou a fragilidade das cadeias globais de produção. Também, de fornecimento de produtos, o que agrava a disputa pelo domínio tecnológico.

Desenvolvimento multilateral

Durante sua agenda em Mumbai, a ministra promoveu encontros bilaterais com representantes de oito países. Entre eles, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Indonésia e Turquia. Essas reuniões contaram com discussões importantes no campo científico e tecnológico.

Um dos encontros de destaque foi aquele realizado com o vice-diretor do Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca, Kei Koizumi, no dia 4 de julho. Durante a reunião, a ministra abordou a participação do Brasil no programa Artemis, da NASA. O objetivo é a exploração da Lua. Esse programa espacial de grande relevância desperta interesse e envolvimento do governo Lula.

A ministra Luciana Santos aproveitou a ocasião para discutir as possíveis colaborações entre o Brasil e os Estados Unidos no âmbito da exploração lunar. O destaque é para a importância de parcerias internacionais para o avanço da ciência e da tecnologia. Essas reuniões bilaterais demonstram o empenho do Brasil em fortalecer sua posição no cenário científico global. Sempre em busca de oportunidades de cooperação e intercâmbio para impulsionar o desenvolvimento tecnológico do país.