AES Brasil Operações e sua grande morosidade para solucionar pendências

Trabalhadores demonstram insatisfação pela lentidão da empresa em resolver problemas

Bira Dantas

Débora Piloni

O Sinergia CUT vem insistentemente mantendo contato com a AES Brasil para solucionar pendências que, por conta da própria empresa, algumas delas já vem se arrastando há mais de um ano sem as devidas soluções. E a morosidade desses encaminhamentos impactou diretamente nos resultados das assembleias que deliberaram sobre o Acordo Coletivo de Trabalho deste ano, com um número recorde de abstenções e que, diferentemente dos anos passados, foi aprovado por uma pequena margem de votos.

“A conclusão a que se chega é que os trabalhadores demonstraram nas assembleias a sua contrariedade com relação ao que estão vivenciando no dia a dia. Votaram, não contra o ACT, mas sim, contra a insatisfação que carregam devido à precarização das condições de trabalho”, aponta a direção do Sinergia CUT. Assim, o que se percebe, é que as pesquisas de clima organizacional aplicadas pela empresa não refletem as visitas que o Sindicato faz aos locais de trabalho.

Ciclo cruel

Ciente de que condições de trabalho estão diretamente ligadas à segurança, saúde física e mental e produtividade do trabalhador, tão logo foram encerradas as negociações da Campanha Salarial, o Sinergia CUT entrou em contato com a empresa com o objetivo de retomar a pauta de pendência.

Tais pendências vão desde escala de trabalho “fake” até a falta de quadro de trabalhadores suficiente para o cumprimento das demandas cotidianas de uma empresa de geração de energia.

Com tudo isso, um ciclo vicioso e cruel é formado: a pressão no local de trabalho somado à falta de condições de trabalho geram acidente, que acarretam punição que provoca novamente pressão. Esse ciclo precisa ter fim.

“Diante de todos os casos que chegam ao conhecimento do Sindicato faz-se necessário celeridade aos encaminhamentos das pendências para quebrar o ciclo vicioso”, afirma a direção do Sinergia CUT.

Seguem abaixo algumas das questões que devem ser resolvidas com urgência e que foram encaminhadas à empresa:

  • Denúncia anônima no Ministério Público do Trabalho de Bauru, situação tal que o Sindicato alertou à empresa sobre o que ocorria na área.
  • Falta de pessoal nas diversas áreas da empresa que, além de gerar sobrecarga de trabalho, faz com que os trabalhadores de um determinado local prestem serviço em outra localidade, permanecendo, em alguns casos, mais de um ano trabalhando fora do seu local de origem.
  • Falta de técnicos de segurança nas usinas: atualmente, um técnico atende até três usinas, o que precariza as condições e a entrega do serviço e coloca todos em risco.
  • A manutenção itinerante que leva também a essa condição de prestação de serviços, por muitos meses, fora do local de trabalho do trabalhador, em que ele fica, inclusive, longe de sua família.
  • Desmembramento do sobreaviso na região do Pardo. Isso já ocorreu nas usinas de Ibitinga e Bariri e agora precisa ser feito no Pardo em virtude da longa distância que existe entre as usinas daquela região. Isso acaba incidindo em cansaço desnecessário, juntando com a sobrecarga de trabalho e ainda com o risco de se deparar com pessoas na estrada.
  • PLR 2023: menos de dois meses para encerrar o ano de 2023 e a empresa ainda não iniciou a discussão das metas e valores da PLR.

Mais uma vez o Sinergia CUT está agendando reunião com a empresa na tentativa de resolver os problemas e, assim, evitar acidentes, melhorar o clima entre os trabalhadores, aumentar a produtividade e, efetivamente, colocar um ponto final em todas essas pendências.

A luta agora é por aumento de salários e direitos!