900 mil votam em plebiscito contra as privatizações de Tarcísio

Resultado foi anunciado durante ato em frente à Alesp; presidente da estatal falta em audiência pública  

Maria Dias/CUT-SP

Escrito por: Rafael Silva - CUT São Paulo

Cerca de 897 mil pessoas votaram, em todo o estado de São Paulo, no plebiscito popular sobre as propostas privatistas do governo Tarcísio de Freitas. Desse total, 97% disseram “não” à entrega da Sabesp, do Metrô e da CPTM para a iniciativa privada. 

Ao lado dos sindicatos e demais centrais, a CUT esteve mobilizada em todas as regiões do estado dialogando com a população e coletando votos na consulta popular. 

Ao longo de dois meses, as urnas estiveram espalhadas nos locais de trabalho, nas sedes e subsedes de sindicatos, nas feiras livres, estações de trens e metrô, terminais de ônibus e eventos de bairros. 

Todos os eleitores e eleitoras do plebiscito também subscreveram um abaixo-assinado, documento que será entregue ao poder público. O governador, no entanto, se nega a realizar uma consulta oficial para saber a opinião da população sobre o tema e diz que sua eleição, em 2022, seria a resposta. Ocorre que, quando candidato, Tarcísio não colocou em seu projeto de governo a venda das estatais e recuou, nos debates, sobre a venda da Sabesp. 

Alexandre Trindade/CUT-SPAlexandre Trindade/CUT-SP

Audiência

O resultado do plebiscito foi anunciado durante ato contra a venda da Sabesp, nesta quinta (16), em frente à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), onde uma audiência pública foi convocada para discutir o Projeto de Lei (PL) 1501/2023, que trata da privatização da estatal. 

O PL é considerado um “cheque em branco” para Tarcísio fazer o que bem entender com a companhia de saneamento básico, que opera com lucros anuais que variam de 2 a 3 bilhões de reais. 

Apesar de a audiência ter sido convocada pela base governista, o próprio presidente da Sabesp, André Gustavo Salcedo, faltou ao debate. Coube a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, o papel de argumentar favoravelmente sobre a entrega da estatal, apresentando dados que já foram refutados por diversos especialistas e trabalhadores da companhia. 

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), José Faggian, fez a defesa da empresa pública, citando outras experiências de privatizações que pioraram os serviços, tendo como destaque o caso recente da Enel, com apagão em São Paulo. 

No momento seguinte, o plenário da casa foi aberto para falas de deputados, deputadas e representantes da sociedade civil contra e a favor da privatização. 

Presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart

“Estou impressionado com as manifestações dos deputados que defendem a privatização. Eu nunca vi uma empresa pública ser tão atacada como a Sabesp está sendo hoje. Onde estavam os senhores quando a Sabesp apresentava todos esses problemas que estão relatando? Por que, sabendo dessas informações, nunca falaram ou denunciaram nada? Para poder entregar a companhia à iniciativa privada, vocês estão matando a empresa”, disse o presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart, durante a rodada de falas. 

Do lado de fora da Alesp, uma manifestação fazia coro à defesa da Sabesp. O ato reuniu representantes dos movimentos sociais e sindicatos para pressionar os deputados e deputadas a fazerem um debate mais profundo sobre um tema considerado fundamental à população. Confira, a seguir, as falas das lideranças da CUT-SP. 

Secretário de Mobilização, Osvaldo Bezerra, o Pipoka

Secretário de Comunicação, Belmiro Moreira

Secretária de Assuntos Jurídicos, Vivia Martins

Coordenador da subsede da CUT-SP na Baixada Santista, Carlos Riesco

Secretário de Organização e Política Sindical, Hélcio Marcelino

Secretário de Administração e Finanças, Douglas Izzo

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