Segundo o monitoramento do governo paulista, a adesão ao isolamento social ficou em 48% na última segunda-feira. Nos dias anteriores, a adesão também não foi muito superior a 50%. Índices muito inferiores aos 70% necessários para que haja impacto significativo na proliferação do coronavírus.
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“Os nossos números são contundentes. Se você tem um isolamento social de 50% para mais, você tem um impacto na curva de infectados, de doentes e de óbitos. A menos, é muito difícil. Esta equação está feita”, explicou o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, David Uip.
A redução do isolamento e o aumento do número de infectados já impacta severamente o sistema de saúde da região metropolitana de São Paulo, onde 81% dos leitos de UTI já estão ocupados, em grande medida por casos de covid-19. Na capital paulista, são 70%. Em todo o estado, são quase 62%. Estão internadas em UTI, 3.124 pessoas.
Outras 4.927 pessoas estão internadas em enfermarias, as quais 44,5% estão ocupadas em todo o estado. Na Grande São Paulo, esse número chega 70%.
“Quero reiterar a importância das pessoas continuarem em casa”, reafirmou Uip. O governo paulista considera que a situação torna muito difícil o relaxamento da quarentena previsto para 11 de maio. Inclusive, se os números de hoje se mantiverem, pode ser que a quarentena seja endurecida.
Mortalidade
Entre as vítimas em São Paulo, 1.189 eram homens e 860, mulheres. As mortes continuam concentradas em pacientes com 60 anos ou mais: 74,7% estavam nessa faixa de idade. Os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (60,1%), diabetes mellitus (43,6%), doença renal (12,1%), pneumopatia (11,6%), e doença neurológica (11,3%).
Em relação às mortes por faixa etária, a mortalidade é maior entre 70 e 79 anos (521), seguida por 60-69 (453) e 80-89 (408). Também morreram 150 pessoas com mais de 90 anos. Fora desse grupo, há também alta mortalidade entre pessoas de 50 a 59 anos (260 do total), seguida pelas faixas de 40 a 49 (156), 30 a 39 (76), 20 a 29 (17) e 10 a 19 (7), e uma criança com menos de 10.
Por Rodrigo Gomes, da RBA