Covid-19

Situação da Covid-19 no Brasil é extremamente crítica em 25 estados, diz Fiocruz

De segunda-feira (29) para terça-feira (30), foram 3.668 vítimas em decorrência da doença. O país contabiliza no total 317.936 vidas perdidas pela Covid-19

HCPA - Divulgação

Redação CUT

A situação da pandemia do novo coronavírus (Covid-19)  é “extremamente crítica” em 25 estados da federação onde a taxa de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) está acima de 80%, de acordo com o mapeamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo a fundação, o Amapá e 0 Mato Grosso do Sul estão com capacidade de terapia intensiva em 100%, ou seja, esgotada.

A pressão hospitalar segue em 16 estados, que estão com ocupação acima de 90%. Ainda segundo a ferramenta Fiocruz/Covid-19, que monitora os números no sistema de saúde em todo o país, a elevação do número de mortes está em um novo patamar.

Comparado aos registros de óbitos feitos no mundo, o Brasil se tornou líder global no ranking de mortalidade pela Covid-19, segundo dados da Our World in Data, plataforma da Universidade de Oxford.

A liderança global do ranking de países com mais mortes diárias pelo coronavírus foi alcançada no mês de março, quando foram mais de 60.000 mortes por Covid-19. De acordo com especialistas que monitoram esses números, não há muitos sinais de que a situação pode mudar em curto prazo.

O país ultrapassou os Estados Unidos na média de mortes diárias. No país americano, a vacinação para pessoas acima de 30 anos já começou.  Enquanto o Brasil, por falta de planejamento do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), só vacinou até o momento cerca de 7,32% da população (15,5 milhões de pessoas), sem falar no problema de escassez de doses.

Brasil tem mais mortes em 1 semana do que EUA, México, Itália e Rússia somados

O Brasil registrou mais mortes por Covid-19 nos últimos sete dias do que Estados Unidos, México, Itália e Rússia somados, segundo o Our World in Data.

O país registrou 18.164 óbitos, contra 16.031 dos outros quatro com mais óbitos na semana passada. Nos EUA, foram 6.787, 3.587 no México, 2.991 na Itália e 2.666 na Rússia.

Sozinho, o Brasil respondeu por 27% de todas as 68.002 novas vítimas da Covid-19 do mundo e voltou a superar a União Europeia (17.887), que reúne 27 países da Europa.

O país também registrou quase o dobro de mortes do que a Ásia (7.716) e a África (2.010) somadas. Os dois continentes têm, juntos, quase 5,5 bilhões de habitantes, o que representa mais de 70% da população mundial.

Já a África tem 930 milhões de habitantes, quase o quádruplo da população brasileira, e a 4,5 bilhões de pessoas vivem na Ásia, mais de 21 vezes o número de habitantes do Brasil.

Números do Brasil

Nesta terça-feira (30), o Brasil atingiu mais um recorde de mortes por Covid-19 em 24 horas. Foram 3.668 vítimas em decorrência da doença em único dia, segundo dados do consórcio de imprensa, que contabiliza no total 317.936 vidas perdidas para a Covid-19.

O número de pessoas contaminadas diariamente também continua  alto. O país teve 86.704 casos do novo coronavírus em 24 horas, totalizando 12.664.058 casos até agora.

Há semanas o Brasil vem registrando recordes atrás de recordes de casos e óbitos. A média móvel de mortes está acima de 2 mil, um recorde desde o início da pandemia.

São Paulo à beira do colapso funerário

O estado de São Paulo registra 92% de ocupação nos leitos. A situação do estado mais rico do país é dramática. Nesta terça-feira (30), foi registrado mais um recorde de mortes: 1.209 vidas perdidas em 24 horas.

Além do colapso no sistema de saúde, a cidade de São Paulo enfrenta outro drama: um dos maiores cemitérios da cidade suspendeu temporariamente os enterros por falta de espaço.

O Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da cidade, cemitério mais procurado, foi um dos espaços que fizeram mais enterros nos dois primeiros meses deste ano.

São Paulo vem registrando recordes de óbitos na sua história. No domingo (28), foram 392, incluindo cremações. Outros 381 enterros e a capital paulista está à beira de atingir 400 enterros por dia.

Escrito por: Redação CUT