CS 2019: CTG Paraná… de mal a pior!

Lílian Parise

Para reduzir custos e aumentar lucros, CTG insiste em rasgar Acordo Coletivo e precarizar direitos dos trabalhadores. Na rodada da semana passada, Sinergia CUT rejeita proposta e agora faz assembleias para pressionar avanços na mesa
A terceira rodada de negociação entre a direção do Sinergia CUT e representantes da CTG Paraná aconteceu na quinta-feira (23) da semana passada, lamentavelmente sem avanços para garantir direitos dos trabalhadores das usinas de Ilha Solteira e de Jupiá.
Depois de muito debate, a empresa ainda insiste em reajustar salários e benefícios do kit alimentação só para repor a inflação do período, sem nada de aumento real. Para piorar, quer retirar dos trabalhadores cláusulas importantes e já garantidas no atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) como o pagamento das horas in itinere e a estabilidade pré-aposentadoria, entre outras.
Lucro para a empresa
Na abertura da reunião, a CTG afirmou que analisou as reivindicações consideradas importantes pelo Sindicato na rodada de 30 de abril. Em seguida, informou que quer retirar a cláusula das horas em trânsito, considerada atualmente como uma hora diária dentro da jornada, apenas ampliando o número de ônibus e desconsiderando eventuais atrasos.
Depois, propôs retirar a cláusula de Estabilidade Pré-Aposentadoria, atualmente de 24 meses, em troca da inclusão de uma nova política de Geranciamento de Pessoal, que daria à empresa liberdade para demitir 10% do quadro de pessoal – 25 dos atuais 250 trabalhadores -, sem contar outras possíveis demissões decorrentes de eventual reestruturação.
Preju para trabalhadores
Já sobre a Gratificação de Férias, a CTG Paraná alegou que essa reivindicação teria um custo muito alto no orçamento, desconsiderando que a cláusula é conquista da categoria ainda na Cesp e que é mantida para o pessoal da Paranapanema.
Quanto ao Auxílio Creche, a empresa topa estender o benefício aos homens, com a condição de reduzir o valor dos atuais R$ 735,30 para R$ 500. A proposta patronal também quer reduzir o Adicional Noturno dos atuais 7,5% para 5% do salário.
Em relação à compensação do horário flexível – decorrente da sobrecarga de trabalho que, por falta de pessoal, obriga os trabalhadores a fazerem muitas horas extras -, a empresa diz que prefere debater o assunto fora da negociação do ACT.
Proposta rejeitada
A proposta apresentada pela bancada patronal foi rejeitada na mesa pelo Sindicato. Para a direção do Sinergia CUT, são muitos os problemas criados para chegar a uma negociação que atenda às reivindicações dos trabalhadores de fato e de direito.
“O que a CTG Paraná pretende é rasgar o atual ACT para reduzir custos e aumentar lucros às custas de cortes no emprego e na renda dos trabalhadores, o que é inadmissível”, afirmam os dirigentes.
Assembleias decisivas
Para pressionar avanços, o Sindicato leva a proposta também para rejeição dos trabalhadores em assembleias que acontecem nas usinas antes da nova rodada de negociação, marcada para a próxima quarta-feira (29), às 14h30.
 
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