Novas assembleias na Cesp: ainda dá para avançar!

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Lílian Parise

Depois de ter a primeira proposta rejeitada pela categoria, empresa reabre negociação, admite reajuste para todos, mas quer acabar com o ATS. Sindicato avalia que ainda é pouco
Em nova rodada de negociação, realizada na sexta-feira (9) da semana passada, os negociadores da Cesp apresentaram aos dirigentes do Sinergia CUT uma outra proposta que continuam chamando como “final”. A reabertura do processo negocial atendeu pedido do Sindicato e dos trabalhadores que rejeitaram por unanimidade a proposta da geradora em assembleia no dia 10 de julho passado.
Durante essa quinta reunião, que aconteceu em São Paulo, a empresa manteve os 4,66% de reajuste de salários e benefícios econômicos para todos, retirando o limite anterior. “O fato de a Cesp retirar o limitador de salários até R$ 7.500, o que tinha sido rejeitado, e igualar o reajuste para todos é fruto da mesa de negociação combinada com a mobilização dos trabalhadores na base. Conseguimos avançar nessa reivindicação”, avalia a direção do Sindicato.
Novos ficariam sem anuênio
Mas, em compensação, a nova proposta da Cesp inclui a retirada de um direito histórico e garantido no atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Agora, a empresa propõe manter o Adicional por Tempo de Serviço (ATS) só para os trabalhadores admitidos até dezembro de 2018, excluindo do benefício e prejudicando os que foram admitidos a partir de janeiro deste ano.
Além disso, outros problemas foram mantidos na proposta da empresa: aplicar a proporcionalidade no montante de investimentos em Plano de Cargos e Salários (PCS) e na concessão do Auxílio Alimentação e no Lanche Matinal.
Nada sobre a política de emprego
Como já é do conhecimento de todos, o Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) tem validade até junho de 2020, com o único compromisso de negociação das cláusulas econômicas. Ainda assim, logo no início da negociação, os representantes da Cesp afirmaram que tinham interesse em discutir principalmente o PCS, a concessão de Bolsa de Estudos e a Função Acessória, entre outras cláusulas.
Sempre apostando no processo negocial, inicialmente o Sindicato topou discutir quaisquer outros pontos, desde que a empresa prorrogasse o ACT por mais um ano (até 2021) ou, no limite, pelo menos a cláusula de Gerenciamento de Pessoal até maio de 2021. “É uma incoerência que queremos corrigir para fazer coincidir a validade dos direitos garantidos no ACT com a cláusula de Gerenciamento de Pessoal, prorrogando tudo até maio de 2021”, continuam afirmando os dirigentes sindicais.
“Nova maldade”
Diante da nova proposta da Cesp, o Sindicato avalia que houve avanços, mas ainda há problemas. “A empresa melhorou propondo agora o reajuste igual para todos, mas insiste em reduzir investimentos no PCS e benefícios de alimentação. Mas agora incluiu uma nova maldade, querendo retirar o ATS dos trabalhadores recém contratados, inclusive quem entrou a partir de janeiro e já tinha esse direito garantido. Um retrocesso”, alertam os sindicalistas
Nova assembleia
Diante de mais esse impasse, o Sindicato realiza nova assembleia propondo a rejeição da proposta “final” da Cesp. Se os trabalhadores também decidirem pela rejeição, o Sindicato ingressa com o processo de pré-dissídio, para mais uma tentativa de negociação através da mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Participe! A decisão, mais uma vez, é de todos os trabalhadores!