Posse do Sinergia Campinas e Sinergia CUT

Classe trabalhadora precisa preparar-se para os desafios do pós-pandemia, alerta economista

Para o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, a presença do atual Presidente da República no Planalto coloca ainda mais dificuldades diante da atual crise econômica

Divulgação-Dieese

Elias Aredes Junior

Um cenário de muitos desafios e obstáculos está diante da classe trabalhadora e as entidades sindicais devem se encontrar preparadas para um novo mundo que será formado após a pandemia do Coronavirus. Esta foi a conclusão tirada da palestra do diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior que abordou  o tema “Economia, Trabalho e Sindicalismo – Cenário Atual e Pós-Pandemia” em videoconferência que marcou a posse das novas direções do Sinergia Campinas e Sinergia CUT.
Em sua explanação, Fausto Augusto Júnior disse que a pandemia do Coronavirus criou uma conjuntura inédita e não poderia ocorrer momento pior do que o Palácio do Planalto ser ocupado pelo atual Presidente da República.
E não pode ser utilizado o argumento, segundo ele, de que os governos devem atuar de modo cauteloso. Basta dizer que foi a Era Vargas, em plena ditadura militar que viabilizou o surgimento da industrialização brasileira. “Infelizmente, o atual presidente retrocedeu a patamares civilizatórios muitos grandes”, disse o economista.
Se não bastasse a conjuntura econômica delicada, Fausto alerta sobre o drama vivido sistema de saúde brasileiro, em que o SUS deve ser sobrecarregado pois dos 209 milhões de habitantes, apenas 47 milhões utilizam os planos de saúde.
Para piorar, o orçamento da orçamento deste ano (R$ 115 milhões) está nos mesmos níveis de 2011. “E a mortalidade no Brasil tem perfil pois as vítimas são negros, pobres e pessoas vulneráveis”, disse o economista que defendeu a necessidade de abraçar o procedimento do isolamento. “Isolamento não é apenas segurança para quem está em casa. É uma ferramenta para os trabalhadores que estão em trabalho”, afirmou.
Fausto Augusto Júnior aponta que é preciso estudar alternativas para enfrentar o novo momento: crescimento da desigualdade entre as pessoas, regiões e nações e o aparecimento dos estados totalitários.
O futuro, segundo ele, abre-se para um novo período de disputa entre a classe trabalhadora e cujo mote principal poderá acontecer após a extinção do auxílio emergencial de R$ 600 e que foi aprovado graças a ação do movimento sindical e dos partidos de esquerda no Congresso Nacional. Na questão da Medida Provisória 936 é preciso observar segundo ele como a relatoria do projeto ficou com o deputador Orlando Silva (PC do B-SP) existe uma perspectiva de interferência direta em um projeto que deseja tirar direitos e conquistas dos trabalhadores.