PNAD/IBGE

Taxa de desemprego sobe para 12,2% e atinge quase 13 milhões de trabalhadores

Dieese alerta que a maior parte dos novos 507 mil desempregados não terá acesso ao seguro-desemprego porque são informais ou não cumprem os requisitos para acessar o benefício

Agência Brasil

Redação CUT

Mesmo sem medir o impacto do novo coronavírus (Covid-19) no mercado de trabalho, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,2% entre janeiro e março deste ano, atingindo 12,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-Contínua), divulgada nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Dieese alerta que a maior parte dos novos 507 mil desempregados – em fevereiro, o desemprego atingia 12,3 milhões de pessoas – não terá acesso ao seguro-desemprego porque são informais ou não cumprem os requisitos para acessar o benefício. O seguro-desemprego é pago apenas a trabalhadores formais, com carteira assinada, que tenham trabalhado por um período que varia de acordo com a quantidade de vezes que o trabalhador já deu entrada no pedido do benefício: 1º pedido: pelo menos 12 dos 18 meses antes da demissão. 2º pedido: pelo menos 9 dos 12 meses antes da demissão..
De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o crescimento da taxa de desemprego era esperado porque “o primeiro trimestre de um ano não costuma sustentar as contratações feitas no último trimestre do ano anterior”.
O impacto das medidas de isolamento social para conter a disseminação da Covid-19, só será registrado na pesquisa sobre o trimestre abril, maio e junho porque a maioria dos estados decretou quarentena a partir da segunda quinzena de março.
De acordo com o resumo dos dados da PNAD/IBGE feito pelo Dieese, apesar de ter ocorrido um aumento do número de pessoas com mais de 14 anos entre  fevereiro e março, houve uma redução do número de pessoas na força de trabalho (pessoas que estão trabalhando ou procurando um emprego) de 106,1 milhões em fevereiro de 2020 para 105,1 milhões de pessoas em março de 2020. Se não fosse essa redução, a taxa de desemprego poderia ser ainda maior no mês de março.
Confira as outras informações do resumo feito pelo Dieese:
▶️ Informalidade: 43,7% (sem carteira setor privado, trabalho doméstico e setor publico; conta própria sem CNPJ; e trabalho família – excluímos do universo os empregadores);
A taxa de informalidade chega a 49,9% se incluirmos todos os trabalhadores por conta própria “formais”, que apesar de terem cobertura previdenciária (têm CNPJ), não têm assegurado direitos trabalhistas;
No setor privado, 11,0 milhões de pessoas (25,0%) não têm carteira de trabalho assinada;
Entre as trabalhadoras domésticas, 4,3 milhões (75,5%) não têm carteira de trabalho assinada;
▶️ Taxa de subutilização: 27,6 milhões de pessoas (24,4%); Em fevereiro esse número era de 26,8 milhões de pessoas (23,5%);
Em fevereiro o número de desalentados era de 4,7 milhões de pessoas, em março ficou em 4,8 milhões.
Escrito por: Redação CUT