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Dieese defende transformar auxílio emergencial em renda básica de cidadania

Crescimento do número de domicílios sem renda do trabalho indica a necessidade de ampliação do auxílio para conter os impactos econômicos da pandemia

Redação RBA

Crescimento do número de domicílios sem renda do trabalho indica a necessidade de ampliação do auxílio para conter os impactos econômicos da pandemia
Andréa Rêgo Barros/PCR

Última parcela do auxílio será paga em junho, mas impactos econômicos da pandemia serão muito mais duradouros
“Precisamos abrir esse debate, deixando muito claro que a pandemia não vai passar tão rápido. E que a crise econômica que vem com ela terá consequências tão graves como a própria questão sanitária. É fundamental que o auxílio emergencial caminhe para se tornar uma renda básica de cidadania“, defendeu Fausto em entrevista a Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta quarta-feira (19)
Ele comentou levantamento realizado pela consultoria IDados, a pedido do jornal Valor Econômico, que mostra que o total de domicílios sem renda do trabalho cresceu em 1 milhão de unidades, no primeiro trimestre de 2020, aumento de 6,5% em relação ao último trimestre de 2019.
O período da pesquisa contemplou apenas o começo dos efeitos da pandemia. “Já estamos há dois meses do período abordado, o que significa que a quantidade de domicílios sem renda do trabalho deve estar se ampliando.” Parte significativa dessa redução do número de domicílios com renda do trabalho se deve aos impactos da pandemia na economia informal.

Moradia

Outro levantamento divulgado nesta terça-feira (19) pelo IBGE aponta que há no país mais de 5,1 milhões de domicílios em condições precárias. São residências com padrão urbanístico irregular, carência de serviços públicos essenciais e localização em áreas que apresentam restrições à ocupação.
Esse número revela, segundo Fausto, o quão difícil é para essa parcela da população manter o isolamento social como medida para tentar conter o avanço da pandemia. Além da falta de água, luz e esgoto, muitas dessas regiões não podem contar serviços de entrega. Sem o título de propriedade das residências, as pessoas também têm dificuldade para ter acesso a crédito junto aos bancos.