Sem surpresa
Grande São Paulo, Campinas, Marília, Ribeirão Preto, Sorocaba e São José do Rio Preto tiveram aumento de pacientes internados e restringem quarentena
Nova atualização do mapa da quarentena em São Paulo, com 6 regiões na fase vermelha e 8 na laranja
São Paulo – Seis regiões do estado de São Paulo vão passar para fases mais restritas da quarentena, a partir de segunda-feira (1º), devido ao aumento severo no número de internações de pessoas com covid-19. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (26), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
A Grande São Paulo e as regiões de Campinas, São José do Rio Preto e Sorocaba vão para a fase laranja da quarentena. Marília e Ribeirão Preto vão para a fase vermelha. As regiões de Presidente Prudente, Bauru, Araraquara e Barretos permanecem na fase vermelha. Em todo o estado, a ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) chegou a 70,4%. São 14.809 pessoas internadas com covid-19, sendo 6.767 em UTI e 8.042 em enfermaria.
Das 17 regiões de saúde do estado de São Paulo, 13 tiveram aumento na taxa de ocupação de UTI. A Grande São Paulo passou de 66% de ocupação, na sexta-feira passada, para 70,8% hoje (26). “Temos um risco de esgotamento em 20 dias do total de leitos de UTI no estado”, disse o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. Ele afirmou ainda sobre a Grande São Paulo que a região pode entrar em colapso no sistema de saúde em 19 dias. Também disse que “a população mais que nunca tem que acolher os nossos chamados. Não é só perder paladar, perder olfato, é perder a vida.”
Por sua vez, a região de Campinas foi de 68,8% para 73,4%. de ocupação de UTI. Ambas vão para a fase laranja da quarentena em São Paulo, juntamente com São José do Rio Preto e Sorocaba. A pior situação é das regiões de Araraquara (90,4%), Presidente Prudente (90,5%) e Bauru (92,3%). Estas estão na fase vermelha, juntamente com Marília, Barretos e Ribeirão Preto. As demais estão na fase amarela.
Os dados de internação por covid-19 mostram uma grave evolução do número de pacientes internados, com a média diária de novas internações subindo de 1.541, na semana passada, para 1.740, nesta semana. E que só não levou ao colapso do sistema de saúde devido a um aumento de 140% no número de leitos, desde novembro. E não a um suposto controle da pandemia, como o governo de João Doria (PSDB) tentou fazer crer, em dezembro, com a proximidade do fim de ano, e no final de janeiro, quando anunciou a volta às aulas no estado.
Tanto o estado de São Paulo como a região metropolitana da capital paulista, tiveram aumento de 1,6% das internações por dia, entre os dias 11 e 25 de fevereiro. Apenas nesta quarta e quinta-feira (24 e 25), foram 3.995 internações. Além disso, no primeiro pico da pandemia, em julho de 2020, a proporção de pacientes em UTI era de 40% do total de internados. Hoje, 46% dos pacientes internados estão em UTI, o que indica uma severidade maior dos quadros de contaminação, necessitando maior restrição da quarentena em São Paulo.
A média de mortes por covid-19 no estado de São Paulo segue acima de 200 há dois meses. Nesta semana, foram 231 óbitos por dia, um aumento de 4% em relação à semana anterior. O número de novos casos registrados teve aumento de 6%, em relação à semana anterior, com média diária de 9.117 casos, segundo os dados do Plano São Paulo apresentados hoje.
Na fase vermelha da quarentena, só podem funcionar os serviços essenciais. Bares, restaurantes, shoppings e comércios e serviços em geral devem permanecer fechados o dia todo. Na fase laranja, todos os serviços podem funcionar por 8 horas diárias, com até 40% da capacidade, com limite de atendimento até as 20h, exceto o consumo de bebidas alcoólicas. Na fase Amarela todos os serviços podem funcionar por 12 horas diárias, com até 60% da capacidade, com limite de atendimento até as 22h, exceto o consumo de bebidas alcoólicas, que se encerra às 20h.
Além disso, segue em vigor o “toque de restrição”, medida implementada pelo governo Doria para limitar a circulação de pessoas entre 23h e 5h. Nesse período, a Polícia Militar poderá abordar qualquer pessoa que estiver circulando e advertir aqueles que não tiverem justificativa – como retorno de trabalho ou escola ou busca por atendimento médico. Além disso, estabelecimentos que promoverem aglomerações ou festas poderão ser multados em até R$ 10 milhões. No entanto, as pessoas que estiverem nos locais não serão multadas.
Por Rodrigo Gomes, da RBA