Especialistas falam em “tsunami” de Covid se não forem tomadas medidas drásticas

Curitiba, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Belo Horizonte já sentem o impacto das internações e a pressão no sistema hospitalar

LUCAS SILVA SECOM AM

Redação CUT

Escrito por: Redação CUT 

Sem lockdwon rígido em quase um ano e meio de pandemia de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, o Brasil mal saiu da segunda onda de infecções e número alto de mortes e especialistas já observam uma tendência de terceira onda da doença que pode ser considerado um “tsunami” se nenhuma medida drástica for tomada pelas autoridades.

O país acumula 462.966 perdas desde o início da pandemia e os  dados desta segunda-feira (31) apontam que a curva de vítimas seguem com tendência de alta. No total, o Brasil acumula 16.547.674 de casos de Covid-19.

Epidemiologistas torcem para que não seja um tsunami entre junho ou julho no Brasil, com a chegada de nova variante indiana. Embora as situações variem muito entre as cidades, é possível observar uma tendência de alta de casos. Enquanto algumas cidades voltaram à normalidade, alguns estados, como São Paulo, já buscam ampliar leitos e soluções que afastem os hospitais do pesadelo da falta de oxigênio e de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Ainda com a vacinação lenta, no mês de abril foram em média 2.781 mortes diárias e 83.435 mortos. Cerca de 40% mais óbitos por Covid-19 em abril do que em março. É como se tivéssemos 7,4 aviões caindo todos os dias durante um mês inteiro, dizem os especialistas em artigo intitulado “Um tsunami se aproxima”, publicado na Folha de S.Paulo.

Eles dizem que uma terceira onda se aproxima porque a flexibilização precoce aumentou o número de pessoas nas ruas, em festas clandestinas e aglomerações, ampliando as chances do vírus ser disseminado.

Sul tem piora na pandemia

Essa onda parece que já chegou na região Sul. Curitiba registrou uma explosão de casos de coronavírus. Assim como ocorreu entre o fim de março e o início de abril, a prefeitura permitirá, até o dia 9 de junho, o funcionamento apenas de serviços essenciais.

Para enfrentar o tsunami de pacientes, a prefeitura de Curitiba fechou nesta segunda-feira (31) suas seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para o atendimento geral.

Nesta segunda-feira (31), de acordo com os dados da secretária de saúde, Curitiba já acumula 215 mil infecções e conta com uma taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 de 104%. É um retrato semelhante ao visto em todo o Paraná, onde esse índice, na semana passada, chegou a 95%.

No estado do Paraná, o número de óbitos dobrou em 79 dias, em Santa Catarina, em 85 dias e no Rio Grande do Sul, em 97 dias.

 O sistema de saúde desses estados terá pouco tempo para se recuperar do colapso, já que, segundo especialistas, a chegada do inverno, daqui a três semanas, provocará um novo pico da pandemia.

Mato Grosso do Sul tem piora na pandemia

Em Mato Grosso do Sul, a secretaria estadual de Saúde afirmou que o estado enfrenta o pior momento da pandemia de Covid-19. A média móvel de casos dos últimos sete dias atingiu 1.810, a maior de toda a pandemia. Já a média móvel de mortes subiu para 46,1 óbitos por dia, nos últimos sete dias. A taxa de contágio continua a crescer e atingiu 1,09.

O estado bateu novo recorde histórico pela segunda vez de casos confirmados de Covid-19 a cada sete dias. Na última semana, 11.942 pessoas testaram positivo para a doença, segundo o boletim epidemiológico deste domingo. Na semana anterior, foram 11.270 casos confirmados, uma diferença de 672 casos.

Belo Horizonte tem piora na pandemia

Em Belo Horizonte, a taxa de transmissão do coronavírus está em torno de 1, o que é considerada alta, e a ocupação de leitos se estabilizou em torno de 75%. A margem de manobra, portanto, não é grande.

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