Repúdio

CUT denuncia caso de racismo em São Paulo, na estação Anhangabaú

Vítima sendo agredida na estação do metrô por seguranças

Reprodução

CUT Nacional

Em 2020, no dia da consciência negra, tivemos o caso de racismo brutal que aconteceu com João Alberto, que foi vítima de racismo e após receber brutalmente uma mata-leão no pescoço veio ao óbito no meio do mercado Carrefour, tem o caso de George Floyd que também morreu após o policial colocar o joelho no pescoço da vítima

E a um mês da consciência negra no ano de 2021 mais um caso escandaloso de racismo seguido de violência brutal por dois seguranças do metrô na estação de metrô Anhangabaú, linha vermelha, a linha que leva a população para zona leste (periferia para o centro). As vítimas foram um jovem negro de 21 anos que foi imobilizado na frente de seu filho e que não estava compreendendo o que estava acontecendo, após seu pai ter a reação de cuspir em um dos seguranças pela maneira como foi abordado, logo ele foi imobilizado com um mata-leão e como mostra na filmagem e imagens que acabaram viralizando nas redes socais, uma testemunha tenta acalmar o filho o ambulante que estava no carrinho e ao mesmo tempo gritava para que não sufocassem o homem, já que os seguranças pressionando o pescoço do homem contra o chão com o joelho.

Figura 1:vítima sendo agredida na estação Anhangabaú.

Os casos de racismo seguidos de violência brutal no estado de São Paulo têm aumentado cada vez mais e quando é seguido de morte o número chega a ser absurdo, como mostra na tabela abaixo. E ao ler os dados é perceptível que a violência é seguida pela cor de quem vai ser abordado. Um estudo realizado pela Rede de Observatórios de Segurança Pública em cinco estados brasileiros (2019-2021)  mostra que a população negra é a mais atingida pelas armas da polícia e violência. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação com as secretarias de segurança da Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco.

No estado de São Paulo entre junho 2019 e maio 2021, mostra que o registro de violência, abusos e excesso praticados por policiais e seguranças somaram 574 casos nos cinco estados da Rede. Mesmo com a pandemia, os casos de agressão física no segundo semestre de 2020, apenas em São Paulo, aumentaram em 156%, as execuções saltaram de 5 para 31; e as ocorrências de ameaça, coação e intimidação aumentaram de 4 para 17, em relação ao mesmo período do ano anterior. Também tivemos o início de ano mais crítico quanto às execuções de janeiro a maio de 2021, pois verificou-se um aumento de 33%, quando comparado ao mesmo período em 2020.

Tipos de abusos, violências e excessos de agentes do Estado em São Paulo – junho a dezembro de 2019 e 2020.

 JUNHO A DEZEMBRO DE 2019JUNHO A DEZEMBRO DE 2020
Agressão física2359
Excuções531
Roubo/Furto44
Coação, intimidaçãoameaça417
Violência de propriedade14

 Fonte: Rede de Observatórios da Segurança

Com esses dados alarmantes conseguirmos perceber que não é só um viés racial, excesso de força, violência, o aumento de violência policial. É o racismo estrutural junto a um governo que bolsonarista que é adepto com o genocídio da população negra, pois quando comparamos esses dados com pessoas brancas mortas o número cai drasticamente, como podemos observar no último relatório da ouvidoria de São Paulo. Ao analisar a violência policial temos dificuldade em contabilizar abordagens violentas, espancamentos, humilhações, mas conseguimos contar os corpos nas ações policiais ao longo das ações. O crime precisa ser investigado e analisar a forma de abordagem e ainda nesse caso que tinha uma criança que visualizou tudo o que aconteceu com o seu pai.

Executiva Nacional da CUT 

Escrito por: CUT Nacional