Alimentos em alta

Salário mínimo em outubro deveria ter sido de R$ 5.518,79, diz Dieese

Cálculo do mínimo ideal é feito com base no custo da cesta básica mais cara do país, entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. Em outubro, o maior foi registrado em Florianópolis, que custou R$ 700,69

Roberto Parizotti (Sapão)

Redação CUT

O salário mínimo para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter sido R$ 5.886,50 em outubro, de acordo com os cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos resultados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

O valor do salário mínimo ideal, que corresponde a 5,35 vezes o piso nacional atual (R$ 1.100), foi calculado  com base na  cesta básica mais cara entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, que foi a de Florianópolis: R$ 700,69. A cesta com menor preço foi a de Aracaju, de R$ 464,17.

Em outubro, quem ganha um salário mínimo consumiu quase 60% da renda líquida para comprar os 13 produtos da cesta, que são: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes (tomate), pão francês, café em pó, frutas (banana), açúcar, banha/óleo e manteiga.

Segundo os dados divulgados pelo Dieese nesta sexta-feira (5), em outubro o custo médio da cesta básica aumentou em 16 capitais – a exceção foi Recife (-0,85%). As maiores altas foram registradas em Vitória (6%), Florianópolis (5,71%), Rio de Janeiro (4,79%), Curitiba (4,75%) e Brasília (4,28%).

No ano, o aumento vai de 1,78% (Salvador) a 18,42% (Curitiba). Já no acumulado em 12 meses, o preço médio da cesta básica sobe até 31,65% (Brasília). Três capitais têm acima dos 20%: Campo Grande (25,62%), Curitiba (22,79%) e Vitória (21,37%). Em São Paulo, a cesta aumentou 3,02% em outubro, 9,87% no ano e 16,43% em 12 meses.

Horas trabalhadas para comprar a cesta

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta aumentou para 118 horas e 45 minutos. Três horas e 43 minutos a mais do que no mês anterior. Quem ganha o salário mínimo gastou o equivalente a 58,35% de sua renda líquida para comprar os alimentos básicos – em setembro o percentual ficou em 56,53%.

O que subiu mais

A batata subiu de preço nas 10 capitais dos estados do Centro-Sul, onde a pesquisa é feita. O aumento variou de 15,51% (Brasília) a 33,78% (Florianópolis).

O quilo do café subiu em 16 capitais. A alta chegou a 10,14% em Vitória e a 10,06% no Rio de Janeiro.

O quilo do tomate subiu em 16 capitais, chegando a  40,16% em Brasília, 42,16% em Natal, 44,83% em João Pessoa e a 55,54% em Vitória.

O preço do açúcar aumentou em 15 capitais e o do óleo de soja, em 13, enquanto leite e manteiga subiram em 11 cidades. Já o preço do feijão diminuiu também em 11 capitais.

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz