NOTA DAS CENTRAIS: Dia 5/2 vamos à luta por justiça
para Moïse Kabagambe
O assassinato brutal a pancadas do jovem congolês Moïse Kabamgabe, de 24 anos, que vivia no Brasil com a mãe e irmãos, todos refugiados políticos, no dia 24 de janeiro, após cobrar o pagamento por dois dias de serviços prestados ao quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, causou revolta e indignação no Brasil.
A naturalidade de como as autoridades policiais trataram o caso, inclusive com a família de Moïse, ter sido informada de sua morte três dias depois do ocorrido, e de estar agora sendo intimidada pela polícia, reforça a necessidade dos brasileiros não normatizarem as torturas e assassinatos contra a população negra do país.
O primo dele, Yannick Kamanda, que teve acesso aos vídeos do crime, diz que: “Vieram e bateram nele nas costas com taco de beisebol. Veio outro com uma corda, amarrou ele, com as mãos e as pernas para trás. Passou a mesma corda pelo pescoço. Ficou amarrado no mata-leão, apanhando, tomando taco de beisebol nas costelas”.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta áreas hemorrágicas de contusão nos pulmões e vestígios de bronco aspiração de sangue. Segundo os peritos, a causa da morte foi traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente. O enterro de Moise foi no domingo (30/01). Depois da repercussão do caso nas redes sociais, as autoridades prenderam três pessoas.
Mas para que haja justiça para Moïse e punição aos assassinos, os movimentos negro, de imigrantes e congolês, além de diversas organizações sociais farão atos em dezenas de cidades do país e no exterior, neste sábado (5). Em todo Brasil mais de 200 entidades confirmaram presença nos atos.
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Nesta sexta-feira (4) duas cidades anteciparam os atos. Em Goiânia (GO), foi pela manhã, em frente à Secretaria de Segurança Pública. O ato também cobrou justiça para Salviano Conceição, Ozanir Batista, Chico Kalunga, Alan Pereira, homens negros assassinados por PMs com 58 tiros.
No início da noite, às 18 horas haverá ato em Macapá (AP), na escadaria do Teatro das Bacabeiras.
Confira os horários e cidades do Brasil e exterior, dos atos deste sábado (5)
Rio de Janeiro (RJ)
10h -Quiosque Tropicália (Av. Lucio Costa, Posto 8, Barra da Tijuca)
Brasília (DF)
10h – Concentração: Palácio do Itamaraty
São Paulo – Capital
10h – Vão Livre do Masp, Avenida Paulista
Araraquara (SP)
10h – Em frente à prefeitura
São José do Rio Preto (SP)
10h, Júpiter Olímpico Rio Preto
Carapicuíba (SP)
10h – Calçadão, em frente ao Banco do Brasil.
São José dos Campos (SP)
10h – Praça do Sapo
Santos (SP)
10h – em frente à Igreja do Embaré
Pindamonhangaba (SP)
9h – Praça da Cascata
Salvador, Bahia
10 horas – Concentração em frente à casa Jorge Amado, Largo do Pelourinho
Belo Horizonte (MG)
10h – Praça Sete
Divinópolis (MG)
10h30 – Centro de Comércio Popular / Camelódromo
Os organizadores pedem doação de um quilo de alimento não perecível , para o próximo “Alimento e Ação”.
Porto Alegre (RS)
10h – Arcos da Redenção
Santa Maria (RS)
16 h – Praça Saldanha Marinho
Cuiabá (MT)
09h – Concentração na Praça da Mandioca, em frente ao Centro Cultural Casa das Pretas.
Natal (RN)
09h – Calçadão da Cidade Alta, em frente à C&A
São Luis (MA)
09h – Praça Deodoro
Recife (PE)
16h – Shopping Boa Vista
Curitiba (PR)
17h – Largo da Ordem (Em frente Igreja do Rosário)
Tocantins (TO)
18h – Praça dos Girassóis
Redenção (CE)
15h – UNILAB Campus Liberdade
No Exterior
Londres (Reino Unido)
12h – Embaixada do Brasil
Berlim (Alemanha)
14h – Embaixada do Brasil
Nova Iorque (EUA)
11h – Barclays Center, Brooklin
Domingo (6)
Belém (PA)
9h – Praça da República
Outras ações
Para dar visibilidade ao assassinato e cobrar punição dos assassinos, uma carta denúncia também será encaminhada a entidades como a ACNUR – Agência da ONU para Refugiados no Brasil; a UPA – União Panafricana; AIB – Anistia Internacional Brasil e a OAB/RJ – Ordem dos Advogados do Brasil e a Embaixada do Gongo.
A embaixada do Congo no Brasil, informou outros quatro casos de congoleses assassinados com brutalidade no país e cobrou explicações das autoridades.
*Com informações do Esquerda Online
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha