Isolaram presidente

Militares da ativa dizem que apoiam sistema eleitoral e se descolam de Bolsonaro

Ao STF, Alto Comando do Exército afirmou que não concorda com as acusações, sem provas, feitas pelo presidente às urnas eletrônomicas

José Cruz/Agência Brasil

Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Militares do Alto Comando do Exército entraram em contato com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para afirmar que não concordam com as acusações, sem provas, feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas.

Os militares da ativada manifestatam apoio ao sistema eleitoral brasileiro, após a reunião de Bolsonaro com embaixadores na segunda-feira (18). Bolsonaro chamou os diplomatas para, como ele disse, fazer uma “apresentação técnica” sobre o sistema eletrônico de votação do país. O que fez, de fato, foi repetir uma série de denúncias mentirosas sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas.

De acordo com o jornalista Valdo Cruz, do G1, os militares avaliam que Bolsonaro “ultrapassou todos os limites” na reunião com os embaixadores estrangeiros. O encontro, disseram segundo o jornalista, “serviu para desgastar ainda mais a imagem do Brasil no exterior”.

Esses militares também criticaram o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, por ter deixado a postura de “militar sensato” para atuar como “político”. O ministro participou da reunião convocada por Bolsonaro e estava pronto para também discursar, mas não foi requisitado pelo chefe do Executivo.

Os chefes das Forças Armadas – os comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, da Marinha, almirante-de-esquadra Almir Garnier Santos, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Carlos de Almeida Baptista Junior – também foram convidados para a reunião com os embaixadores, mas não compareceram.

O ministro da Defesa está pressionando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido atualmente pelo ministro Edson Fachin, para que acolha três propostas que os militares consideram “essenciais” para garantir a segurança das urnas.

Ele quer que o TSE realize teste de integridade das urnas nas mesmas condições de votação, incluindo o uso de biometria; promova o Teste Público de Segurança (TPS) no modelo de urna UE2020, que representa 39% do total de urnas; e incentive a realização de auditoria por outras entidades, principalmente por partidos políticos, conforme prevê a legislação eleitoral.

Fachin, que acolheu parte das sugestões enviadas pelos militares, já avisou Paulo Sergio que as demais propostas das Forças Armadas serão consideradas após a eleição de 2022, mas o ministro da Defesa insiste em fazer uma reunião técnica para discutir a implantação das sugestões ainda este ano.