Eleições Confea|Crea|Mútua

Para Monteiro, um dos candidatos a presidente do Confea, o apagão em SP é “fruto das privatizações”

As eleições virtuais para a presidência do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), presidência dos Creas (Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia) e para diretores gerais e diretores administrativos das Caixas de Assistência dos profissionais dos Creas (Mútuas Regionais) acontecem de nesta sexta (17)

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Redação

O Sinergia CUT recebeu a visita do engenheiro Amaury Monteiro, um dos candidatos ao cargo de presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). As eleições gerais no sistema Confea-Crea-Mútua acontecem nesta sexta-feira (17), das 8h às 19h, via internet através do site https://votaconfea.com.br. Segundo Monteiro, setores estratégicos para a população e o país, que têm uma função social, como água e energia, petróleo e gás, devem ser controlados pelo Estado. Com relação ao recente apagão em São Paulo, disse: “Está muito claro para todos que este apagão na energia elétrica é fruto do processo de privatização das empresas de energia elétrica em São Paulo. A Eletropaulo, a CPFL e a Cesp eram empresas muito eficientes e rentáveis, suas engenharias foram ou estão sendo destruídas. Todo o conhecimento desta área estará perdido em poucos anos.” Confira abaixo entrevista na íntegra.

Sindicato – No dia 17 de novembro haverá eleições gerais no sistema Confea/Crea/Mútua e o senhor é candidato a presidente do Confea. Qual a importância destas eleições para os trabalhadores na engenharia e para a engenharia nacional?

Amaury Monteiro- O Confea tem uma importância fundamental, porque ele define todas as regulamentações e resoluções legais, todas as atribuições dos engenheiros, agrônomos e do pessoal das geociências, propõe todas as leis sobre a engenharia que vigoram no país.  Ele deveria interferir mais para trabalhar e ajudar a desenvolver este país, mas ele é omisso.  Em função disso é que nós lançamos uma candidatura este ano para que a pudéssemos discutir a engenharia. Estamos num novo momento do Brasil, precisamos reconstruir este país. E nesse momento, o  mais importante é o desenvolvimento do nosso país,  apoiado na engenharia, agronomia e as geociências.  A engenharia pode contribuir com planos de trabalho de infraestrutura e tudo mais. O desenvolvimento gera empregos para todos. Agora é a hora e o Confea tem que assumir o seu papel, coisa que ele nunca fez.

 

O senhor acha que o Confea está aquém da sua vocação, da sua capacidade?

Muito aquém. O Confea hoje tem uma função apenas cartorária,  procura aumentar sua rentabilidade através de anuidades cada vez mais caras e da indústria de multas que implantou no Brasil na atual gestão. Nós passamos por um período muito sério no Brasil, onde a ciência foi negada, a tecnologia foi negada, a engenharia foi jogada no chão. Não há dúvidas, as empresas de engenharia foram destruídas. Está na hora de recuperar tudo isso, até porque hoje nós temos um projeto de Brasil diferente,  um projeto para trazer melhorias para a população, acabar com a fome, com a miséria, reinstalar o nosso parque industrial, valorizar nossa criatividade e competir internacionalmente e, nessa hora é muito importante trazer o Confea para participar disso, ele tem que participar nos três poderes: tem que estar junto com o Congresso, com o Judiciário, com o Executivo, fazendo planos, ajudando a executar esses planos, ajudando a levar o Brasil para o crescimento. Isso reflete a importância do Sistema CONFEA/CREAs, mas ele não tem feito isso. 

Pra você ter uma ideia, nós temos agora o Novo PAC onde haverá um investimento de R$1,7 trilhão em infraestrutura e suporte para o desenvolvimento do país, a maior parte irá  para a agronomia, a geociência e a engenharia. O Confea não está discutindo, não participou da elaboração desse plano, não participou do lançamento do plano e não vai participar também de sua implantação. A mesma coisa na defesa da engenharia, quando as empresas de engenharia foram destruídas, junto com elas levaram os empregos. E aí nós tivemos a proletarização do engenheiro. Hoje tem engenheiro brigando por salário de R$2.500,00.

 

Falando em destruição das empresas de engenharia, o que você acha do apagão em São Paulo e da proposta do governador de privatizar a Sabesp?

Muito bem lembrado, a Sabesp é uma grande empresa de engenharia, pois desenvolve e aplica todos os dias muita técnica e engenharia no saneamento e no tratamento de água.  

Desde o começo da campanha contra a privatização da Sabesp, do Metrô e da CPTM, nós estamos juntos nesta luta, ao lado dos sindicatos, do Ondas e dos movimentos sociais que entendem que a água é bem universal, não é mercadorias para dar lucro, é necessária para a saúde e o bem estar da população. Além do mais, na maioria dos países e grandes cidades do mundo que a água e o saneamento foram privatizados, não deu certo e tiveram que reestatizar, com grandes prejuízos para a população.

Está muito claro para todos que este apagão na energia elétrica é fruto do processo de privatização das empresas de energia elétrica em São Paulo. A Eletropaulo, a CPFL e a Cesp eram empresas muito eficientes e rentáveis, suas engenharias foram ou estão sendo destruídas. Todo o conhecimento desta área estará perdido em poucos anos.

Setores estratégicos para a população e o país, que têm uma função social, como água e energia, petróleo e gás devem ser controlados pelo Estado. Os transportes públicos são subsidiados pelos governos em todos os países desenvolvidos. Não devem servir para dar lucros para poucos.

 

Como está a remuneração dos profissionais desta área?

 As prefeituras e os estados estão questionando o direito ao salário mínimo profissional e lançando concursos a dois mil e quinhentos, três mil reais.  Os  CREAs e o Confea estão fechando os olhos. As empresas têm utilizado o truque de transformar engenheiro em analista, porque assim o profissional faz função de engenheiro, mas é analista e ganha R$2.500,00, no máximo R$4.000,00. 

Pela Lei 5.194/1966, o Confea tem fé pública, então ele poderia entrar numa grande empresa, junto com o sindicato e falar: “vai ter que cumprir a lei“. O sindicato, para entrar, precisa pedir ordem, o Confea não precisa. Nós vamos fazer pressão no Congresso para aprovar um projeto de lei que está tramitando, que é “engenheiro sim, analista não“. Estas coisas precisam de um protagonismo muito mais forte, precisam de gente disposta a lutar Por isso nasceu a nossa candidatura.

 

E se um engenheiro, um profissional, quiser apoiar sua candidatura, quiser entrar em contato, quiser saber mais, como ele pode procurar a campanha do senhor?

Nosso contato no Facebook e no Instagram é: @amaury.presidente.confea . Nosso site é: www.amaurypresidenteconfea.com . Lá você encontra nosso programa de trabalho e nossas propostas. Aliás, eu sou o único candidato que apresentou propostas. É muito importante a participação de todos.