MULHERES

Casa Margarida Barreto é novo ponto de acolhimento e proteção a mulheres e LGBTQIA+

Fundada por trabalhadoras e trabalhadores, ONG oferece atendimento a pessoas em situação de violência

Vinicius Lousada

Rafael Silva - CUT São Paulo

Já está em funcionamento, no bairro da Liberdade, em São Paulo, a Casa Margarida Barreto, organização que atua na luta pela equidade de gênero e combate à violência de mulheres e pessoas LGBTQIA+. O local, aberto de segunda a sexta, das 9h às 17h, ocupa o 4º andar da subsede do Sindicato dos Químicos de São Paulo, entidade que ajudou a dar vida ao projeto.

Pessoas vítimas de violência ou sob ameaça poderão buscar apoio na Casa, que oferece atendimento social, psicológico e jurídico de forma gratuita – além de auxílio para formalizar a denúncia junto à polícia.

A ONG é presidida por Lucineide Varjão, vice-presidenta da IndustriALL Global Union e secretária de Relações Internacionais CNQ-CUT. “A Casa Margarida Barreto teve suas primeiras sementes plantadas a partir da percepção das trabalhadoras e dos trabalhadores sobre a necessidade de ter um espaço dentro do Sindicato, que pudesse possibilitar um local onde as pessoas fossem acolhidas”, conta a sindicalista.

Mas a proposta é que a Casa também sirva como um ponto de encontro para debates, atividades formativas e educativas às frequentadoras. Lucineide conta que, de 2023 para cá, quando o projeto estava sendo elaborado, a equipe visitou outros espaços de acolhimento pela cidade para entender quais deveriam ser as prioridades do novo serviço.

“Nas visitas, pudemos perceber que a Prefeitura de São Paulo não tem cumprido com seu papel. O município, que possui altíssimo índice de feminicídio e de violência está com todos os seus espaços de acolhimento sucateados”, explica.

Na solenidade de inauguração, realizada no último sábado (9), a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP, Marcia Viana, destacou os cortes nas políticas públicas realizadas no estado. “São Paulo está na contramão do enfrentamento à violência contra as mulheres. Enquanto o governo federal tem investido em políticas públicas, aqui vemos a redução dos investimentos e isso traz consequências gravíssimas”, disse.

Pela CUT-SP, também participaram o presidente, Raimundo Suzart, e o secretário de Mobilização, Osvaldo Bezerra, o Pipoka, além do secretário-geral da CUT Brasil, Renato Zulato. Também esteve presente o vereador e presidente do Sindicato dos Químicos de São Paulo, Hélio Rodrigues (PT-SP).

O nome da organização é uma homenagem a médica e pesquisadora Dra. Margarida Barreto, que dedicou esforços à promoção de melhores condições de trabalho e à erradicação do assédio moral e sexual. Margarida, que morreu em 2022, fez importantes contribuições ao movimento sindical.

A Casa Margarida Barreto terá atendimento de segunda a sexta-feira, na rua Tamandaré, 348, 4º andar, no bairro da Liberdade. O telefone para atendimento, a Linha Margarida, é o (11) 99160-2582.