Sinergia CUT repudia: estupro culposo não existe!

Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT divulga repúdio à ação da Justiça de Santa Catarina no caso do estupro de Mariana Ferrer

Débora Piloni

Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT divulga repúdio à ação da Justiça de Santa Catarina no caso do estupro de Mariana Ferrer

O Sinergia CUT, por meio de seu Coletivo de Mulheres, vem a público repudiar o tratamento recebido pela influenciadora Mariana Ferrer em audiência virtual, em Santa Catarina, que terminou com a absolvição do empresário André Aranha das acusações de estupro relatadas por ela no ano de 2018.
“É inaceitável tudo isso”, afirma Rosana Gazzolla Fávaro, diretora do Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT, lembrando que, depois de ter sido humilhada pelo advogado do réu com ataques verbais durante o julgamento, o acusado de estuprar a jovem, o empresário André de Camargo Aranha, foi absolvido com alegação de “estupro culposo”.
Além de repudiar os atos do advogado Cláudio Gastão, é para se enojar muito da atitude do juiz Rudson Marcos e do promotor Thiago Carriço de Oliveira que, reconhecidamente, deturparam fatos de um crime de estupro com base em acusações misóginas.
E isso, num país como Brasil, onde a cada 11 minutos uma mulher sofre estupro, sendo que 30% das vítimas são menores de 13 anos de idade.
E isso, nesse mesmo país, que tem como presidente um ex-deputado federal que, no calor de uma discussão, ainda quando deputado em 2003, fez a seguinte declaração à colega deputada federal Maria do Rosário: “Não te estupraria, porque você não merece”. Já em dezembro de 2014, ele mesmo explicou essa estúpida declaração à mídia nacional: “Ela não merece ser estuprada porque é muito feia, nem é do meu tipo, nunca a estupraria. Não sou estuprador, mas se fosse, não a estupraria porque não merece”. Ainda sobre esse episódio, 16 anos depois, em junho de 2019, o presidente Jair Bolsonaro, acatando uma determinação judicial, emitiu um pedido de desculpas à deputada.
E é justo nesse país que agora temos o primeiro caso registrado de algo que sequer existe: “estupro culposo”! Até quando seremos vítimas da impunidade?
Não podemos aceitar esse tipo de postura que criminaliza a vítima. O Sinergia CUT repudia mais essa injustiça e espera que providências sejam tomadas para que a verdadeira Justiça seja feita, com a punição ao estuprador e a reparação da injustiça cometida contra Mariana Ferrer.

Estupro culposo não existe!!!

Justiça para Mariana Ferrer! Justiça para todas as mulheres e meninas! Justiça para todas nós!

 
Por Débora Piloni