Colapso

Brasil passa de 340 mil mortes e há risco de falta de oxigênio em mais mil cidades

Segundo a Fiocruz, 20 das 27 unidades federativas estão com taxas de ocupação de UTIs superiores a 90%. Os altos números vistos já no início de abril assustam especialistas e pesquisadores

Lucas Silva Secom AM

Redação CUT

O Brasil ultrapassou nesta quarta-feira (7) 341 mil vidas perdidas pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, desde o início da pandemia. Após registrar mais de 4 mil mortes, nas últimas 24 horas foram registradas outras 3.733 mil vítimas da doença. A curva de casos e mortes ainda é alta e há risco de desabastecimento de oxigênio em 1068 municípios brasileiros.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, os gestores de saúde de mais de mil municípios relataram, em um levantamento, preocupação com o estoque de cilindros de oxigênio no Brasil. O total de cidades com dificuldades pode ser ainda maior, já que apenas uma parte respondeu ao questionário.

No balanço desta quarta-feira (7), foram confirmadas mais 92.625 infecções, totalizando mais de 13,1 milhões de pessoas que já foram infectadas pelo novo coronavírus no Brasil.

Com os novos números diários, a média móvel de casos e mortes do país continua crescendo e chegou a 63.396 infecções e 2.744 mortes por dia, nos últimos sete dias, segundo o consórcio de imprensa

Os altos números vistos já no início de abril assustam especialistas e pesquisadores. Eles alertam que a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo deste mês. Essa é a conclusão do último boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta terça-feira (6).

Segundo o documento, 20 das 27 unidades federativas estão com taxas de ocupação de UTIs superiores a 90%. O nível crítico das UTIs, somado às filas por um leito, contribui para a previsão de abril acabar como o pior mês da história da pandemia.

Segundo estimativa da Universidade de Washington, nos EUA, a previsão é de que o Brasil encerre o mês com quase 420 mil mortos O estudo, que leva em consideração as atualizações do Ministério da Saúde, esperava pico de óbito de 4 mil apenas para o dia 24, marca que foi superada agora no início do mês. Um dos fatores que eleva ainda mais os números é a volta do feriado de Páscoa, com a inserção de casos represados.

Taxa de ocupação de UTIs sofre leve queda no estado e na Grande SP

Apesar de o estado de São Paulo ter 10 regiões com mais de 90% de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), a taxa de leitos de UTI para tratar pacientes com Covid-19 sofreu uma leve queda no estado, de acordo com dados do governo paulista.

Outras sete cidades ainda têm mais de 85% desses leitos ocupados. O número total de pacientes internados no estado caiu de 31.175, no dia 31 de março, para 29.085 nesta quarta. No entanto, a queda foi bem menor entre pacientes em UTI do que nos de enfermaria.

Na terça-feira (6), 88,6% dos leitos do estado estavam ocupados, enquanto na terça passada a ocupação era de 89,9%. Já a Grande São Paulo tinha lotação de 88%, contra 88,5% registrado na semana passada. Há 15 dias esse número era ainda maior, com 92,3% no estado e 92,2% na região metropolitana da capital.

No domingo (4) a taxa de ocupação no estado não ultrapassou a casa dos 90%, e quarta-feira (31) foi o último dia que SP marcou mais que 92% na taxa de ocupação das UTIs. 

A ocupação dos leitos de UTI segue uma tendência de queda, sugerindo que começaram a surgir algum efeito as medidas mais restritivas da fase emergencial.

Escrito por: Redação CUT