De novo

Pela quarta vez em cinco meses, apagão atinge 15 dos 16 municípios do Amapá

O único município que não ficou no escuro foi Oiapoque, no extremo Norte, que é alimentado por sistema elétrico isolado dos demais

Rudja Santos/Amazônia Real/Fotos Públicas

Redação CUT

O Amapá registrou o quarto apagão, nesta quarta-feira (8), em apenas cinco meses. O primeiro deles foi em 4 de novembro do ano passado e deixou as 13 cidades do estado sem energia durante 4 dias e com fornecimento parcial durante 22 dias. Na ocasião, cerca de 700 mil pessoas sofrearam com a falta de abastecimento de energia, água e combustíveis depois que a subestação de energia que pegou fogo na capital Macapá.

A empresa responsável é a espanhola Isolux, que tem histórico de maus serviços prestados em outros países, mas quem faz o conserto foram os trabalhadores da Eletrobras, que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) quer privatizar. https://www.cut.org.br/noticias/apagao-no-amapa-e-culpa-de-empresa-privada-mas-conserto-e-feito-pela-eletrobras-4fce

No começo da noite desta quinta-feira, o serviço começou a ser restabelecido, com retorno gradual em alguns bairros da capital,  Macapá. A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) confirmou que o problema atingiu 15 dos 16 municípios, incluindo todos os afetados pelo último apagão.

A cidade de Oiapoque, no extremo Norte, foi a única que não ficou no escuro porque é alimentado por sistema isolado. Nas demais cidades, foram residências, estabelecimentos comerciais e locais públicos sem eletricidade. Apenas locais com gerador de energia, como hospitais, empresas e postos de saúde seguiram com o fornecimento à base de combustível.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (9), o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), afirma que mais uma vez os técnicos da Eletrobras  socorreram o estado do Amapá.

A nota também critica a insistência do  governo de Jair Bolsonaro em privatizar a Eletrobras, que é uma empresa lucrativa e que possui capacidade de investimento, garante o uso múltiplo das águas e a segurança de suas barragens.

 “A Eletrobras cumpre plenamente com o papel de uma empresa estatal no Brasil para os brasileiros. Se a MP 1031/21 for aprovada pela Câmara e pelo Senado Federal, o Brasil sofrerá com o aumento da conta de luz e a segurança energética estará em risco, podendo provocar apagões de Norte a Sul do País”, diz a nota.

A nota lembra ainda que a empresa responsável pela energia no Amapá, a Isolux, que controla a Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) ainda recorre da multa aplicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mesmo tendo causado o apagão no Amapá.

Jogo de empurra

A empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia, que abriga e opera os transformadores que fornecem a eletricidade para o Amapá, informou, também em nota, que a causa do apagão está sendo investigada.

Já a Agência Nacional de Energia Elétrica publicou nota onde cobra explicações da LMTE sobre nova interrupção da energia no Amapá. A entidade detalhou que deu prazo de um dia para a concessionária prestar esclarecimentos.

Nas redes sociais, vários moradores denunciaram a situação, reclamações de que o fornecimento foi interrompido nos municípios de Macapá, Santana, Ferreira Gomes, Laranjal do Jari, Tartarugalzinho e Porto Grande.

Distribuidora nega problema na rede

Já a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) disse em nota que a interrupção do fornecimento de energia não teve relação com problemas de distribuição.

Segundo a companhia, por volta de 18h39 houve uma ocorrência na linha de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) no trecho Jurupari- Laranjal do Jari, na divisa entre Pará e Amapá.

Escrito por: Redação CUT