Estudo revela que subnotificação “esconde” 30% dos óbitos pela Covid-19 no Brasil

Um estudo feito com base no banco de dados da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) revela que a subnotificação de casos mais graves e de mortes associadas a complicações causadas pela Covid-19  “esconde”, pelo menos, 30% das mortes relacionadas à doença. São óbitos que não aparecem nas estatísticas oficiais. Segundo o estudo, se as subnotificações fossem consideradas, o Brasil já estaria com mais de 530 mil vidas perdidas.

Os resultados do estudo, feito pela Vital Strategies, com base no principal banco de dados brasileiro de SRAG, foram publicados terça-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. Os autores do estudo fizeram um levantamento dos casos e óbitos por síndrome respiratória aguda grave desde o início da pandemia, que aparecem nas estatísticas oficiais como “etiologia não especificada ou sem classificação final de Covid”, ou seja, quando não foi possível identificar o causador da doença.

Segundo a Folha, até ao último dia 19 de abril, os resultados indicaram um aumento de 57,4% de casos graves da síndrome respiratória e um aumento de 29,9% de mortes.

A falta desde testes em massa também é um entrave desde o início da crise sanitária. Nos casos confirmados de Covid-19, 96% tinham diagnóstico atestando a infecção. Nos demais casos de SRAG, 70% tinham algum teste, mas o resultado foi negativo ou ficou faltando o dado de confirmação.

Dados da pandemia

Nesta quarta-feira (4), o Brasil voltou a registrar mais de 3 mil óbitos por Covid-19 em 24 horas. O número de vítimas nesta terça-feira, foi de 3.025.

A média móvel de mortes nos últimos sete dias é de 2.361, que mantém a tendência de redução nos dados nas últimas duas semanas, mas em um patamar ainda considerado elevado por especialistas.

Com os registros desta terça-feira, o total de mortes pelo novo coronavírus no país chegou a 411.854 vidas perdidas desde o início da pandemia.

Desde o dia 17 de março, o Brasil registra em média mais de 2 mil vítimas por dia, o que fez com que abril se tornasse o mês mais letal de toda a pandemia até aqui. A média desta terça-feira é 15% menor na comparação com o dado de 14 dias atrás, indicando a tendência de queda. 

Brasil apela aos EUA e Reino Unido por sobra de vacinas

Depois do desgaste diplomático e da CPI da Covid que pode responsabiliza-lo por ações e omissão, o governo Jair Bolsonaro (ex-PSL) desencadeou uma operação internacional para tentar conseguir vacinas dos outros países.

O governo avaliou que apenas dois países devem contar com excedentes significativos para envio de imunizantes ao exterior nos próximos meses: Estados Unidos e Reino Unido.

Segundo a Folha de S. Paulo, as últimas semanas, o Itamaraty também consultou países como Canadá e Austrália, após receber informações de que eles poderiam contar com estoques disponíveis. Mas recebeu como resposta que os imunizantes hoje nesses locais não estariam liberados para exportação no curto prazo.

Além disso, Washington e Londres estão pressionados a ajudar países aliados para tentar compensar o avanço da agressiva diplomacia da vacina promovida pela China.

Escrito por: Redação CUT