Mês da Mulher

8M: A luta não lutada é derrota!

A frase é da desembargadora aposentada do TRT da 4ª Região Magda Barros Biavaschi e que é professora doutora e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (CESIT/IE) da Unicamp.  Ela foi a convidada do Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT para falar  neste 8 de Março na programação especial que teve como temas a “Ratificação da Convenção 190 e a Igualdade de salário entre homens e mulheres”.

Sinergia CUT

Débora Piloni

Na última sexta-feira, 8 de Março, “Dia Internacional da Mulher”, o Auditório do Sinergia Campinas foi palco de mais um grande e histórico evento, desta vez promovido pelo Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT.

Mulheres e homens, de diferentes faixas etárias, se uniram para ouvir e debater sobre a história passada e atual, que cruzam o caminho que ainda está por vir.

O evento foi aberto por Rosana Gazzolla Fávaro, que é a Coordenadora do Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT. Estiveram presentes trabalhadoras, trabalhadores e dirigentes do Sindicato, do Coletivo de Aposentados do Sinergia Campinas, representantes do Conselho Municipal das Mulheres (CMDM), representantes de diversas outras entidades sindicais, da Câmara Municipal de Campinas e também da sociedade Civil.

“Estamos juntos aqui, de forma híbrida – presencial e on-line – com toda a sociedade, para um debate aberto sobre assuntos que estão no topo da discussão e precisam da nossa participação e da nossa luta para seguirem adiante no Congresso e se tornarem lei e válidos na prática para todas as mulheres. É pelo fim da violência e pela igualdade no mundo do trabalho. É pela democracia. Esse é um espaço de resistência!”, afirmou Gazzolla ao anunciar a convidada Magda Barros Biavaschi para iniciar a palestra.

Direito é sempre luta

Antes de mesmo de falar sobre os dois assuntos principais do dia, a desembargadora fez um levantamento histórico para demonstrar como foi e como é difícil a trajetória da mulher e da sua luta.

“Trabalho Além da Barbárie”: Rosana Gazzolla, Coordenadora do Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT, recebe o livro das mãos da desembargadora Magda Biavaschi

E ao expor exatamente sobre esse caminho percorrido pelas mulheres, Magda entregou de presente ao Coletivo de Mulheres, o livro “Trabalho Além da Barbárie”, uma obra com participação de sua autoria que fala sobre a luta por direitos.

Durante mais de uma hora, a professora desembargadora refletiu com os participantes sobre a história, os rumos, as leis, as conquistas, as derrotas, enfim, praticamente todas as demandas referentes às mulheres desde o descobrimento do Brasil até os dias de hoje.

E daí, sim, os dois temas principais do dia vieram à tona:

Ratificação da Convenção 190 da OIT

Essa luta trata da eliminação dos assédios no ambiente de trabalho. As mulheres são as que mais sofrem essas violências e, portanto, serão as mais beneficiadas caso a Convenção passe a valer em nosso país.

No Brasil, o presidente Lula reconheceu a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho e encaminhou, em 8 de março de 2023, ao Congresso Nacional para ratificação e incorporação no ordenamento jurídico brasileiro. Atualmente, o tema está em discussão nas comissões da Câmara dos Deputados.

Ratificação da Convenção 156 da OITIgualdade no mundo do trabalho

O presidente Lula sancionou a Lei da Igualdade Salarial em julho de 2023, que aumenta a fiscalização e institui multas para as empresas que não pagarem salários iguais para mulheres que desempenham o mesmo trabalho que homens. Isso foi necessário porque, no Brasil, as mulheres ainda ganham cerca de 20% menos pela mesma função. É preciso lutar para que essa Lei seja, de fato, implementada para todas.

O grande desafio é a ratificação dessa convenção 156, intitulada “Igualdade de Oportunidades e de Tratamento para Homens e Mulheres”. A convenção tem o objetivo de combater a discriminação no ambiente de trabalho relacionada às responsabilidades familiares. Ou seja, as demandas da família não podem representar um obstáculo para o emprego e o desenvolvimento profissional. “As mulheres são as mais sobrecarregadas. E as empresas não podem menosprezar esse fato e prejudicar as mulheres e suas carreiras. O que as empresas estão dispostas a fazer para reduzir essa sobrecarga que afeta principalmente mulheres?”, questiona a desembargadora.

A relevância da luta

“O debate aqui realizado hoje é o tipo de trabalho que faz com que as vozes sufocadas se desembarguem e encontrem espaço no campo da política e se transformem em realidade e vida. E aí, o direito é conquistado e concretizado!”, concluiu Magda Biavaschi.

O encontro terminou com um agradável coffee-breack, provando que a luta se faz com força, união, fé e alegria!

Nas ruas! Rosana Gazzolla lembrou a todos os presentes que, na tarde daquele mesmo dia, 8 de março, mulheres e homens estariam nas ruas do país em defesa da democracia, igualdade salarial e fim da violência!

Veja as fotos

 

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8M no Centro de Campinas

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