Nota de repúdio: Não foi um abraço!

Coletivo de Mulheres da CUT-SP e do Sinergia CUT se solidarizam à deputada estadual Isa Penna (PSOL), vítima de assédio na Assembleia Legislativa de São Paulo

Maria Dias

Redação, com CUT São Paulo

Coletivo de Mulheres da CUT-SP e do Sinergia CUT se solidarizam à deputada estadual Isa Penna (PSOL), vítima de assédio na Assembleia Legislativa de São Paulo

O Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT, que faz parte do Coletivo da CUT Estadual, endossa a nota de repúdio ao deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) e reforça toda a solidariedade à deputada Isa Penna (Psol).

“O Brasil vive um momento extremamente complicado, com o aumento crescente de casos de violência contra as mulheres, além de crimes por feminicídio, que cresceram assustadoramente nesses tempos de isolamento devido à pandemia de covid-19”, afirma Rosana Gazzolla, coordenadora do Coletivo do Sinergia CUT.

Para ela, “o que assistimos foi mais um ataque às mulheres, tendo como agressor um deputado que assediou sexualmente sua colega de trabalho em pleno desempenho de suas funções parlamentares, o que é inadmissível. Não podemos nos calar. Toda nossa solidariedade à deputada Isa!”.

Leia a nota de repúdio da CUT SP:

Arte: Maria Dias/CUT-SP

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Fernando Cury conversa com o deputado Rodrigo Moraes. Ele realiza um movimento em direção a mim e retorna a conversar com deputado Moraes, que tenta impedi-lo com a mão, de se dirigir de novo a mim. O Deputado Cury, no entanto, ignora o gesto se posiciona atrás de mim e apalpa meus seios, no que é imediatamente repelido por mim! E assim ocorre o assédio…- Isa Penna (deputada estadual)

A CUT-SP, por meio do Coletivo de Mulheres da Secretaria da Mulher Trabalhadora, se solidariza à deputada estadual Isa Penna (PSOL), que sofreu assédio publicamente enquanto desempenhava o seu papel como parlamentar.

É inadmissível as mulheres sofrerem esse tipo de violência, seja em suas residências ou nos locais de trabalho, e o agressor ficar impune. Assustador por se tratar de um parlamentar, que demonstrou completa falta de respeito ao objetificar o corpo da sua colega de trabalho. Em nenhuma hipótese isso é postura que se admita.

Estamos vivenciando um momento muito difícil para as mulheres no Brasil. Desde o início da pandemia, temos acompanhado o aumento dos casos de violência doméstica e do feminicídio – as vítimas da cultura do machismo, e estrutural, em nosso país. Nesse sentido, é obrigação das casas legislativas a aprovação de políticas públicas que combatam esse tipo de violência, fato que o deputado Fernando Cury (Cidadania) fez questão de ignorar ao estimular esse tipo de comportamento.

É do nosso conhecimento que foi encaminhada uma representação contra o parlamentar no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o que seguiremos acompanhando. No entanto, exigimos desde já a cassação do deputado para que esse tipo de conduta jamais volte a se repetir.

Não vão nos calar!

Machistas não passarão!

Coletivo de Mulheres da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-SP