Não ao corte da energia elétrica!

Sinergia CUT luta pela ampliação da suspensão do corte de energia elétrica durante a pandemia

Além dos consumidores inadimplentes de baixa renda, Sindicato busca estender a medida aos desempregados e às pequenas e médias empresas e quer que as energéticas realizem apenas serviços de urgência e emergência, com o fechamento das agências de atendimento

Nice Bulhões, com informações do Coletivo de Energia do Sinergia CUT

O Sinergia CUT prepara um novo pedido à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para buscar a ampliação da suspensão do corte no fornecimento de energia elétrica também aos desempregados e às pequenas e médias empresas devido ao acirramento das crises sanitária e econômica por conta da Covid-19. Essa nova ação está sendo articulada com a Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP) e com parlamentares. Além disso, a entidade quer que a Aneel determine às empresas energéticas apenas a realização de serviços de urgência e emergência.

No último dia 26, a Aneel aceitou parcialmente o primeiro pedido do Sinergia CUT, suspendendo o corte de energia dos consumidores de baixa renda, por inadimplência, em todo o Brasil, e também das unidades ligadas ao combate ao coronavírus, como hospitais. A medida foi tomada durante a reunião pública extraordinária da Aneel, quando o presidente do Sinergia CUT, Carlos Alberto Alves, fez a defesa do pedido da entidade por meio de uma sustentação oral.

A solicitação foi enviada à Aneel em 19 de março deste ano. Na carta, o Sinergia CUT pediu a reedição da Resolução Normativa (REN) 878/20, que proibiu em 2020 o corte no fornecimento de energia elétrica por falta de pagamento em função dos efeitos econômicos da pandemia. “Foi um avanço a suspensão do corte de energia aos consumidores de baixa renda, mas queremos que mais parcelas da sociedade sejam beneficiadas e que as agências de atendimento das empresas energéticas sejam fechadas, como aconteceu quando a REN 878 estava em vigor”, afirmou Carlos Alberto.
A REN 878 também regrou o setor elétrico por conta da pandemia. O Sindicato assinou vários Termos Aditivos de Covid-19 para a preservação da saúde e da vida dos trabalhadores em 2020.

Energia é um bem essencial

Segundo Carlos Alberto, a energia elétrica é um bem público, essencial e indispensável à vida e à dignidade da pessoa humana. “A falta de energia elétrica, principalmente, neste momento excepcional, deixa a pessoa em situação indigna e aviltante.” Acrescentou que a pandemia está ainda mais grave.

“Análise do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington (EUA) prevê que 100 mil brasileiros podem morrer este mês e 600 mil até 1º de julho por Covid-19, enquanto isso temos vacinação pífia, falta de leitos, número de desempregados recorde de 14,3 milhões e, para piorar, a não renovação dos R$ 600 de auxílio emergencial, que agora varia entre R$ 150 e R$ 375, dependendo do perfil do beneficiário.”

A fome, acrescentou Carlos Alberto, voltou à mesa do brasileiro. “As pessoas estão sem renda para comprar os alimentos básicos. Como vão poder pagar a conta de energia?” Segundo ele, como sindicato cidadão, o Sinergia CUT não pode deixar de lutar para que todos tenham direito “à vida, com saúde, emprego e renda!”, em alusão ao mote da Campanha Salaria de 2021.

A nova carta deve ser encaminhada à Aneel nos próximos dias, tendo o Sindicato, a CUT-SP e parlamentares como signatários. Eles estão também na luta para a devolução do pagamento imediato dos valores cobrados a mais nas contas de luz